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Brasília – O governo federal prorrogou até o dia 15 de abril o prazo para estados e municípios aderirem ao programa de retomada de obras. O limite para a adesão, que venceu nesta sexta-feira (15), foi estendido por mais um mês, dando mais uma chance para estados e municípios participarem do programa. Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), datado de novembro de 2023, mostra que o Pará tem 519 obras inacabadas apenas na área da Educação.
A iniciativa faz parte do Pacto Nacional pela Retomada de Obras Inacabadas (PNROI), sancionado pelo presidente Lula em novembro do ano passado. A previsão era dar continuidade a 5.662 obras na área da Educação e 5.489 de Saúde em todo o Brasil, mas, a baixa adesão está atrasando o cronograma do programa.
Segundo o Ministério da Saúde, 2.445 obras em todo o Brasil ainda estão disponíveis para reativação, mas dependem da sinalização dos gestores. Para fazer parte do programa, basta acessar o site do InvestSUS, atualizar o status da execução física da obra e se inscrever.
A cartilha com o passo a passo sobre como aderir pode ser baixada neste link.
Critérios para conclusão das obras inacabadas
A nova lei sancionada por Lula cria um arcabouço normativo para a retomada de obras e serviços de infraestrutura que estavam paralisados ou inacabados. A norma garante recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Sistema Único de Saúde (SUS) para os empreendimentos considerados prioritários pelos estados e municípios, que devem manifestar interesse em aderir ao pacto.
Os novos recursos serão transferidos para conclusão das estruturas, mesmo se o valor original tiver sido todo repassado. A repactuação envolverá novo termo de compromisso e correção dos valores correspondentes à fração não executada, e poderá incluir mudanças no projeto.
As obras inacabadas devem ser concluídas em 24 meses, prorrogáveis uma vez pelo mesmo prazo.
De acordo com a Presidência, na priorização de obras, serão observados critérios como percentual de execução, ano de contratação, se a instituição atende comunidades rurais, indígenas ou quilombolas e também se o município sofreu desastres naturais nos últimos dez anos.
TCU
O levantamento do TCU mostra que as regiões Nordeste e Norte do país concentram 73,9% das obras paralisadas no país na área de Educação. Ao todo, o Brasil tem 3.993 obras atualmente paralisadas na área. Deste total, o Nordeste soma 1.986 (49,7%), e a Região Norte, 966 (24,1%). Juntas, elas somam 2.952 obras nessa situação.
Em seguida, aparecem as regiões Sudeste, 560 (14%), Centro-Oeste, 275 (6,8%) e Sul, 260 (6,5%).
Segundo o TCU, os cinco estados com mais obras inacabadas na área de Educação são:
1. Maranhão (608);
2. Pará (519);
3. Bahia (390);
4. Minas Gerais (306);
5. Ceará (241).
Entre as obras paralisadas, estão:
Ainda de acordo com o Tribunal, as obras paralisadas na área de educação já custaram R$ 12,84 bilhões – dos quais, R$ 2,04 bilhões investidos pelo governo federal.
Os restantes são gastos estaduais, municipais e da iniciativa privada.
Recursos para a Educação em 2023
Em 2022, os investimentos do governo federal na área de Educação caíram pelo quinto ano consecutivo, chegando ao mesmo patamar registrado em 2012 – isto é, o menor em dez anos.
Diante desse cenário, a equipe de transição de governo propôs ao Orçamento de 2023 – e o Congresso Nacional aprovou – mais R$ 11,2 bilhões para a Educação em relação ao montante inicialmente proposto pelo governo Jair Bolsonaro.
Obras paralisadas por região
Obras na área de Educação paradas na Região Norte
Total: 966
Obras na área de Educação paradas na Região Nordeste
Total: 1.986
Obras na área de educação paradas na Região Sudeste
Total: 506
Obras na área de Educação paradas na Região Centro-Oeste
Total: 275
Obras na área de Educação paradas na Região Sul
Total: 260
Por Val-André Mutran – de Brasília